E ai pessoal, Tiago de novo aqui e dessa vez eu falarei um pouco do PTQ Journey to Nyx, o qual ocorreu no dia 19/01 em Porto Alegre/RS, pela Loja Jambo. Eu fiz Top4 e contarei aqui sobre todo o meu caminho, desde a minha preparação para o evento, até o report do torneio em si. Bora lá!
Essas últimas semanas tem sido
incríveis pra mim no Magic, aprendi muito, colhi alguns frutos dos
meus resultados e, o mais importante, me diverti como nunca com
o jogo. Esse resultado pode parecer desanimador pra muita gente. Aquela sensação de “Poxa, bati na trave, desperdicei uma chance”, mas pra mim o
efeito foi o contrário. Saio desse evento mais motivado do que
nunca! Antes eu via o a possibilidade de jogar um Pro tour como um
sonho distante e, depois dessas últimas semanas, eu vi isso se
aproximar, vi uma evolução muito grande no meu jeito de ver o jogo. Isso se deve a algo que eu, por muitas vezes, não tratei com a devida seriedade, a preparação para o evento.
Já joguei diversos eventos pegando deck na última hora ou escolhendo um deck que vi na internet e achei
legal e acredito que ainda farei isso diversas vezes (hehehehe). Mesmo assim, agora percebo que quando se almeja um resultado melhor e um nível melhor de jogo é
preciso um entendimento melhor do formato, do ambiente e,
principalmente, do seu deck. Saber o valor das cartas nos matchs é
fundamental, exemplo:
“O quanto o Jace, Arquiteto do
Pensamento é bom nesse match? Posso ignorar ele e bater no oponente
ou tenho que ser agressivo pra tirar ele da mesa? Quantos turnos ele
pode ficar na mesa?”
Essas informações ajudam muito durante o jogo, você já ter um conceito formado de como reagir a situações impostas na mesa são importantes para guiar suas decisões. Esse tipo de conhecimento vem com treino e conhecimento do ambiente. Ter um time pra ajudar nisso foi o grande diferencial nessa minha preparação.
Preparação, escolha de deck
Pra falar da minha preparação para os
últimos eventos que joguei, eu acho legal falar um pouco sobre como
se formou o MTG Factory. A ideia inicial de formar um time veio do
Bruno Muller, no segundo semestre do ano passado, ele queria formar
um “grupo de estudos” de Magic, com o foco de se preparar para o
GP em São Paulo, limited de times, assim formamos um grupo de 6
pessoas e começamos a conversar diariamente sobre Magic, trocando
informações, debatendo sobre artigos, arquétipos, listas e etc. A
ideia era todos se ajudarem a melhorar no jogo e o primeiro resultado
disso veio quando o Bruno foi sozinho a Porto Alegre e fez TOP4 num
PTQ limited no ano passado. O resultado dele animou todo mundo e isso
intensificou ainda mais os treinos e debates.
Com a confirmação que grande parte do
time iria para o PTQ de Janeiro, voltamos com força para o
constructed, já que o formato era standard.
Eu comecei com a ideia de jogar com
deck de sphinx’s revelation, eu curto jogar de control, sempre
joguei com esse tipo de deck, então achava que já era um passo
importante. Meu primeiro grande treino pro PTQ foi o GPT – PTQ
Travel realizado na Toca Revistaria, no qual eu joguei e ganhei de
Esper Control (report aqui). O resultado positivo nesse
campeonato confirmou, eu sai dele com a certeza de que jogaria com
deck de Revelation.
Passamos mais algumas semanas definindo
listas. O formato foi rodando um pouco, decks aggros mais rápidos
foram aparecendo e eu mudei de Esper para uma lista de UW control.
Nos treinos ela parecia ideal, tinha um Game 1 bom contra todos os
outros decks tier 1 do ambiente, eu precisava de um plano de side bom
pra evitar os hates. Eu montei um sb que me agradou e acabei com essa
lista de UW:
1 Aetherling
1 Aetherling
Sideboard:
Eu estava feliz com o deck, se encaixa
no meu estilo de jogo e me sentia bem treinado com ele, no geral, o resultado dos treinos me agradava. Eu tinha mais um evento com um
porte legal pra jogar e acertar minha lista antes do PTQ, no caso, um GPT Buenos Aires.
Mas, ocorreu que um torneio na Star City Games mudou um pouco minha visão do
formato, de novo.
Com os UW/x Control, Mono black e mono
blue sendo os pilares do formato e as doom blade ficando menos
comuns, o deck do Brad Nelson no Pro Tour Theros (Gr) voltava a ficar
mais atraente. Chris VanMeter e Brian Braun-Duin montaram uma lista
de Gr monsters atualizada, com um match bom contra os 3 decks mais
fortes. O match contra o UW era muito forte, depois te testes eu não
encontrava uma forma de ter um sideboard bom contra Gr Monsters que
não piorasse muito meus outros matchs. Chegando a data do GPT, eu
resolvi, pra conhecer melhor o deck, jogar de Gr monsters e, depois de 5 rodadas e Top 8, consegui ganhar o
torneio (report aqui). A lista que utilizei no GPT e no PTQ foi a mesma:
Sideboard:
Depois do torneio eu tinha dois decks para escolher,
eu tinha treinado bastante e lido bastante material sobre os 2. Eu
estava bem indeciso, mas conversando com o time me veio, finalmente, uma conclusão.
Como o UW era um deck tier 1 do
formato, era de se esperar que todo mundo teria um bom plano de jogo
contra ele e pelo menos de 6 a 8 cartas no sideboard. Isso
me pesou muito pra escolher o Gr. Eu não tinha encontrado um real
badmatch, nos decks mais comuns, pra ele, eu tava com um plano de
jogo e um plano de side bem definidos contra todos os decks bons do
formato. Essa foi minha escolha.
Não posso deixar de citar um artigo
que me ajudou muito nos torneios, o artigo “Snow Problemo”
, escrito pelo Chris VanMeter que falava um pouco do comportamento e
bastante dos planos de side contra os matchs mais significantes, ler
ele várias vezes melhorou bastante meu desempenho com o deck.
Com o deck definido, fui pro PTQ.
A Viagem
A viagem não poderia ser melhor, eu e
o Almirante Denófrio saímos de SC um dia antes do torneio, levamos
as esposas pra passear um pouco pra no domingo jogar.
Chegamos a Porto Alegre no sábado a
tarde, o calor era demais... A gente passou no hotel e de lá
resolvemos dar um pulo na Jambo, tava rolando o GPT e a gente queria
dar uma olhada em como estava o ambiente e como o Bruno, que estava
jogando, estava indo no torneio. Chegando lá, a gente viu uma coisa
que acabou se repetindo no PTQ, uma chuva de monoblack devotion.
Passando pelas mesas eu vi alguns monoblue também e poucos GW aggro.
Passamos rápido, vimos só o Bruno floodado perder o game que
provavelmente colocaria ele no top e fomos embora dar uma banda com
as mulher, mas a cabeça ficou no magic (hahahahaha).
A quantidade de monoblacks me preocupou
um pouco por uma carta, Desecration Demon. No primeiro game, o
monoblack tem na verdade só 12 cartas que são definidoras contra o
Gr, Demon, Thoughtseize e Hero's Downfall. com o game 1 eu não tinha
preocupações, os múltiplos planswalkers dão muita vantagem contra
um deck com tantos spot removal como o monoblack, mas nos games com
sideboard entram também os Lifebane Zombies, o match fica um pouco
mais justo. Isso me deixou com vontade de colocar mais um Plummet no
side e na verdade eu considerei isso por muito tempo, o Plummet
funcionaria contra o Spectro e contra a criatura mais problemática,
o Demon. Eu também achava o jogo contra o monoblue muito apertado, o
monoblue tem começos de jogos muito explosivos, isso também me fez
considerar mais um shock no sideboard, pra manter a devoção dele
sempre baixa. Por fim, quando voltamos à noite pro hotel e fomos
fechar as listas eu e o Denófrio chegamos à conclusão que não
precisávamos dar meta calls tão fortes, eu já tinha as ferramentas
pra vencer esses matchs, que são os decks mais comuns do formato e
num match contra monoblack eu normalmente não precisaria de 2 Plummets, na verdade acho que em qualquer momento do jogo comprar o
segundo Plummet seria muito ruim. Torci pro Chris estar certo,
jogamos uns games e tudo pronto pro torneio.
O PTQ
O torneio rolou no salão da Igreja
Sagrada Família. Havia vários ventiladores ligados, mas como a cidade no
verão vira um forno, estava muito calor. É sempre importante se
manter hidratado e alimentado num torneio que tem essa duração, se
não o cansaço bate mais cedo e a gente começa a jogar com uma
“preguiça” quase irreparável e não conseguimos manter o foco,
muitos erros bobos acontecem por causa disso, então já antes de
começar, comprei duas águas, botei na mochila e parti pro round 1.
Eu não lembro exatamente como rolaram
todos os jogos, mas vou falar por cima dos decks que joguei contra e
mais ou menos como foram definidos.
Round 1 - Fábio – Esper Humans.
Game1: Ambos tivemos bons draws, o jogo
se desenvolve e demora, até que num ponto eu consigo, numa mesa bem
truncada, um Flesh//Blood pra forçar os pontos de dano que
faltavam, depois de muitas contas eu bato os 12 de dano necessários
com Polukranos e tokens do Xenagos.
Game 2: Ele curva com vários bichos,
entre eles o imposing sovereign, que atrasa bastante o meu começo de
jogo que já era lento, o jogo não demora muito.
Game 3: Eu consigo aplicar uma pressão
cedo, com Polukranos e Ooze e matando as criaturas dele com Mortars,
ele estabiliza a mesa com 2 Detention Sphere tirando minhas criaturas
e resolvendo as dele, mas tinha só 2 de vida e eu já tinha a Revelry na mão, só esperar a hora certa pra não tomar nenhum
devour flesh de surpresa e ganhar.
Jogo apertado, mas eu conhecia bem o
match por ter treinado muito com o Denófrio.
Round 2 – Rafael – Bg Control
Game 1: Eu não consegui identificar
muito bem o deck, acho que fiz Elfo turno 1, ele fez Sylvan Caryatid no 2,
pack rat em algum ponto. O jogo acabou muito rápido, no fim de um
turno dele eu consegui resolver Boon Satyr, bato uma vez, levo a
16, ele faz Vraska destruindo um walker, eu bato, ele não bloqueia e
3 Ghor-Clan completam o dano.
Eu imaginei que ele estava usando a lista de Bg control do Kibler, ou algo muito parecido com ela. Como não tinha treinado pro match, sideei igual eu sideio contra monoblack, menos os Plummets.
Game 2: Ele destrói minha mão com descartes e mata tudo que eu consigo fazer com downfall e doom blade. Ele faz um Polukranos, não encontro resposta pra ele e acabo perdendo o game pro bichão.
Game 3: Ele vem com múltiplos descartes, e a gente troca 1x1 por bastante tempo. Ele também não tem muita ação e o jogo se arrasta com meu Mutavault batendo nele (12 de dano). Eu compro um Dragão num ponto do game, mas prefiro segurar, quando ele se tapa eu resolvo o Dragão que bate 4 e toma removal. Ele se tapa novamente pra fazer uma threat e o outro Dragão fecha o jogo.
Eu imaginei que ele estava usando a lista de Bg control do Kibler, ou algo muito parecido com ela. Como não tinha treinado pro match, sideei igual eu sideio contra monoblack, menos os Plummets.
Game 2: Ele destrói minha mão com descartes e mata tudo que eu consigo fazer com downfall e doom blade. Ele faz um Polukranos, não encontro resposta pra ele e acabo perdendo o game pro bichão.
Game 3: Ele vem com múltiplos descartes, e a gente troca 1x1 por bastante tempo. Ele também não tem muita ação e o jogo se arrasta com meu Mutavault batendo nele (12 de dano). Eu compro um Dragão num ponto do game, mas prefiro segurar, quando ele se tapa eu resolvo o Dragão que bate 4 e toma removal. Ele se tapa novamente pra fazer uma threat e o outro Dragão fecha o jogo.
Round 3 – Augusto
– Wb Aggro
Game 1: Ee vem muito agressivo, mas eu
consigo desenvolver meu jogo acelerando um Polukranos com Elfo. Vou a
poucos pontos de vida, mas ativação do Polukranos + Mortars kickado
conseguem jogar ao redor de brave the elements e eu ganho o jogo.
Game 2: Fica ainda mais tranquilo, ele
compra lands demais e os Shocks, Chandra e os Mizzium Mortars extras
fazem seu trabalho e eu fecho o jogo com Dragão.
3-0,
agora o bicho começava a pegar.
Round
4 – Joel – Monoblack Devotion
Game 1: Eu não tive muita reação,
aconteceu o pior possível no match, fui curvado em 2 demons +
Asphodel, sem chances.
Game 2: Os planswalker fazem a
diferença, o game não durou muito, eu não lembro muito bem, mas
acho que ele perdeu alguns land drops e eu ganhei batendo com algum
bicho + Ghor-Clan + Flesh//Blood.
Game 3: É o jogo mais demorado, ele
tem 2 Mutavaults que complicam meus planswalkers, que são as cartas
chave nesse match, mas eu consigo num ponto ter uma Chandra + Caryatid. Ele lida com todos os outros walkers que eu consigo
fazer, mas a Chandra fica tempo demais na mesa e o card advantage
gerado por ela é demais e ele não segura a pressão.
4-0,
mais uma e era top quase garantido.
Round
5 – Marcus – UW Control
O Marcus tava com o deck que eu mais
conhecia do formato, treinei muito tempo com ele e sei o quanto o
match contra o monsters é ruim.
Game 1: Eu comprei uma mão não tão
boa pro match, meus threats sendo Polukranos e Ooze, mas consigo
resolver o Domri que gera uma boa vantagem antes de tomar Sphere.
Depois de trocar vários bichos por Verdicts eu consigo resolver um
Dragão que bate, ativa o monstrous e bate novamente sem resposta pra
vitória.
Game 2: Eu compro todos os walkers, ele
não consegue responder e quando o jogo acaba eu tenho Chandra, Xenagos e Ruric Thar na mesa (acho que eu tinha um Domri também).
Jogo bem tranquilo pro RG, como esperado.
Round
6 – Bonow – Gr Monsters
Membro do Factory, Bonow estava com
exatamente as mesmas 75 cartas que eu estava, mas ele estava 4-1. Ele
tinha perdido pra um Naya no round 5. Eu tinha sido paired down e,
depois de muita conversa a gente resolve dar ID, um ID ali me
garantiria no top e como ele ainda teria que ganhar uma pra passar
ele prefere arriscar e ganhar o próximo round pois, se ele ganha de
mim nesse round, existe uma possibilidade de eu e ele ficarmos fora
do top.
ID.
Round 7 – Vinícius – Monoblack
Devotion
Apesar de eu achar o monoblack um good
match pro Gr, eu resolvo dar ID, descansar mais uma hora e garantir
que eu passo entre os 4 primeiros pra jogar pelo menos o top8 no
play. Ele também nem cogita jogar.
Fui assistir o jogo do Bonow, ele pega
um UW e acaba empatando e isso tirou ele do top, fico bem preocupado
por ter oferecido ID no round passado e no fim ele não conseguir a
vaga.. fica pra próxima, te devo uma galego.
Passo em quarto pro top8, ganho um
tapetinho baita e bora pro jogo.
TOP 8 – Gabriel - RW Devotion
Game 1: No draw eu keepo uma mão
arriscada, com 1 Templo, Elfo e Caryatid, Mortars, Flesh//Blood e Polukranos e Ooze. Se eu consigo manter o Elfo 1 turno mesmo sem
comprar land eu tenho jogo, mas ele acorrenta meu Elfo nas montanhas
dele e eu não vejo a segunda land nunca.
Game 2: Eu consigo manter a devoção
dele baixa com Domri fazendo lutar e Mortars e acabo ganhando rápido
com Polukranos batendo + Ghor-Clan + Flesh//Blood.
Game 3: Eu tento trocar o máximo
possível de criaturas, e uso meus removals agressivamente pra evitar
deixar ele construir uma devotion alta, trocamos uns bichos e no fim
eu compro um Dragão que fica sem reposta por alguns turnos e fecha o
jogo.
Top 4 – Thiago – Naya Monsters
A lista do Thiago é quase igual a
minha, mas ele tem splash branco pra selesnya charm no md e chained
into the rocks entre outras no side. Ele passou em primeiro no suíço
e estava no play.
Game 1: Ele abre de Elfo + Domri e
consegue desvirar com Polukranos. Eu, não tendo resposta, fica bem
complicado bloquear .
Game 2: Eu consigo abrir de Elfo e Domri e consigo resolver o Polukranos sem resposta que ganha o jogo
com Ghor-Clan.
Game 3: Ele faz o Polukranos no turno
3, eu faço o meu também no turno 3, o meu toma 1 de dano do dele + Mortars que me deixa muito atrás no jogo. Ele me coloca a 2 de vida
no turno dele e faz uma scry land. No meu turno eu consigo colocar
ele a 1 de vida e lidar com o Polukranos, mas ele
revela o Dragão
que estava no topo.
E assim acaba minha participação no
PTQ, fiquei feliz com o resultado apesar de perder quase na cara do
gol, eu voltei de lá mais motivado a melhorar.
Foi o campeonato que eu mais treinei
pra jogar e o que eu me senti mais preparado, faz muita diferença
saber o quão a carta X é boa no match Y. Senti que ganhei muitos
jogos por que os oponentes tiveram uma avaliação errada de algum
planswalker ou bicho em algum momento do jogo, priorizavam outras
coisas e acabavam perdendo o controle do jogo. Isso me faz crer ainda
mais que fiz uma boa escolha de deck, ouvi muitos “não treinei
contra esse deck e não conhecia essa lista”.
Bom, é isso pessoal, Born of the Gods
chegando ai e já existem listas novas de Gr monsters, não sei se
uma lista assim sobrevive a rotação, tudo depende de como o
ambiente vai ficar.
Deixo aqui meu agradecimento ao pessoal
do MTG Factory, Denofrio, Bruno, Vico, Farofa, Bonow e Lenon, não
sei nem dizer o quanto vocês me ajudaram no Magic nos últimos
meses. Agradecer novamente ao Angelo, que de novo deu aquela força
com o deck, valeu mano!
E por fim deixo 3 dicas pra vocês:
Treino, foco e treino.
Abraço!!
-Tiago “Iluminado” Santos
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