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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

[Report] PTQ Journey to Nyx – Top4 - Tiago Santos





E ai pessoal, Tiago de novo aqui e dessa vez eu falarei um pouco do PTQ Journey to Nyx, o qual ocorreu no dia 19/01 em Porto Alegre/RS, pela Loja Jambo. Eu fiz Top4 e contarei aqui sobre todo o meu caminho, desde a minha preparação para o evento, até o report do torneio em si. Bora lá! 

Essas últimas semanas tem sido incríveis pra mim no Magic, aprendi muito, colhi alguns frutos dos meus resultados e, o mais importante, me diverti como nunca com o jogo. Esse resultado pode parecer desanimador pra muita gente. Aquela sensação de  “Poxa, bati na trave, desperdicei uma chance”, mas pra mim o efeito foi o contrário. Saio desse evento mais motivado do que nunca! Antes eu via o a possibilidade de jogar um Pro tour como um sonho distante e, depois dessas últimas semanas, eu vi isso se aproximar, vi uma evolução muito grande no meu jeito de ver o jogo. Isso se deve a algo que eu, por muitas vezes, não tratei com a devida seriedade, a preparação para o evento.

Já joguei diversos eventos pegando deck na última hora ou escolhendo um deck que vi na internet e achei legal e acredito que ainda farei isso diversas vezes (hehehehe). Mesmo assim, agora percebo que quando se almeja um resultado melhor e um nível melhor de jogo é preciso um entendimento melhor do formato, do ambiente e, principalmente, do seu deck. Saber o valor das cartas nos matchs é fundamental, exemplo:

“O quanto o Jace, Arquiteto do Pensamento é bom nesse match? Posso ignorar ele e bater no oponente ou tenho que ser agressivo pra tirar ele da mesa? Quantos turnos ele pode ficar na mesa?”

Essas informações ajudam muito durante o jogo, você já ter um conceito formado de como reagir a situações impostas na mesa são importantes para guiar suas decisões. Esse tipo de conhecimento vem com treino e conhecimento do ambiente. Ter um time pra ajudar nisso foi o grande diferencial nessa minha preparação.

Preparação, escolha de deck

Pra falar da minha preparação para os últimos eventos que joguei, eu acho legal falar um pouco sobre como se formou o MTG Factory. A ideia inicial de formar um time veio do Bruno Muller, no segundo semestre do ano passado, ele queria formar um “grupo de estudos” de Magic, com o foco de se preparar para o GP em São Paulo, limited de times, assim formamos um grupo de 6 pessoas e começamos a conversar diariamente sobre Magic, trocando informações, debatendo sobre artigos, arquétipos, listas e etc. A ideia era todos se ajudarem a melhorar no jogo e o primeiro resultado disso veio quando o Bruno foi sozinho a Porto Alegre e fez TOP4 num PTQ limited no ano passado. O resultado dele animou todo mundo e isso intensificou ainda mais os treinos e debates.

Com a confirmação que grande parte do time iria para o PTQ de Janeiro, voltamos com força para o constructed, já que o formato era standard.

Eu comecei com a ideia de jogar com deck de sphinx’s revelation, eu curto jogar de control, sempre joguei com esse tipo de deck, então achava que já era um passo importante. Meu primeiro grande treino pro PTQ foi o GPT – PTQ Travel realizado na Toca Revistaria, no qual eu joguei e ganhei de Esper Control (report aqui). O resultado positivo nesse campeonato confirmou, eu sai dele com a certeza de que jogaria com deck de Revelation.

Passamos mais algumas semanas definindo listas. O formato foi rodando um pouco, decks aggros mais rápidos foram aparecendo e eu mudei de Esper para uma lista de UW control. Nos treinos ela parecia ideal, tinha um Game 1 bom contra todos os outros decks tier 1 do ambiente, eu precisava de um plano de side bom pra evitar os hates. Eu montei um sb que me agradou e acabei com essa lista de UW:

1 Aetherling



Sideboard:

Eu estava feliz com o deck, se encaixa no meu estilo de jogo e me sentia bem treinado com ele, no geral, o resultado dos treinos me agradava. Eu tinha mais um evento com um porte legal pra jogar e acertar minha lista antes do PTQ, no caso, um GPT Buenos Aires. Mas, ocorreu que um torneio na Star City Games mudou um pouco minha visão do formato, de novo.

Com os UW/x Control, Mono black e mono blue sendo os pilares do formato e as doom blade ficando menos comuns, o deck do Brad Nelson no Pro Tour Theros (Gr) voltava a ficar mais atraente. Chris VanMeter e Brian Braun-Duin montaram uma lista de Gr monsters atualizada, com um match bom contra os 3 decks mais fortes. O match contra o UW era muito forte, depois te testes eu não encontrava uma forma de ter um sideboard bom contra Gr Monsters que não piorasse muito meus outros matchs. Chegando a data do GPT, eu resolvi, pra conhecer melhor o deck, jogar de Gr monsters e, depois de 5 rodadas e Top 8, consegui ganhar o torneio (report aqui). A lista que utilizei no GPT e no PTQ foi a mesma:




Sideboard:


Depois do torneio eu tinha dois decks para escolher, eu tinha treinado bastante e lido bastante material sobre os 2. Eu estava bem indeciso, mas conversando com o time me veio, finalmente, uma conclusão.
Como o UW era um deck tier 1 do formato, era de se esperar que todo mundo teria um bom plano de jogo contra ele e pelo menos de 6 a 8 cartas no sideboard. Isso me pesou muito pra escolher o Gr. Eu não tinha encontrado um real badmatch, nos decks mais comuns, pra ele, eu tava com um plano de jogo e um plano de side bem definidos contra todos os decks bons do formato. Essa foi minha escolha.

Não posso deixar de citar um artigo que me ajudou muito nos torneios, o artigo “Snow Problemo” , escrito pelo Chris VanMeter que falava um pouco do comportamento e bastante dos planos de side contra os matchs mais significantes, ler ele várias vezes melhorou bastante meu desempenho com o deck.

Com o deck definido, fui pro PTQ.

A Viagem


A viagem não poderia ser melhor, eu e o Almirante Denófrio saímos de SC um dia antes do torneio, levamos as esposas pra passear um pouco pra no domingo jogar.

Chegamos a Porto Alegre no sábado a tarde, o calor era demais... A gente passou no hotel e de lá resolvemos dar um pulo na Jambo, tava rolando o GPT e a gente queria dar uma olhada em como estava o ambiente e como o Bruno, que estava jogando, estava indo no torneio. Chegando lá, a gente viu uma coisa que acabou se repetindo no PTQ, uma chuva de monoblack devotion. Passando pelas mesas eu vi alguns monoblue também e poucos GW aggro. Passamos rápido, vimos só o Bruno floodado perder o game que provavelmente colocaria ele no top e fomos embora dar uma banda com as mulher, mas a cabeça ficou no magic (hahahahaha).

A quantidade de monoblacks me preocupou um pouco por uma carta, Desecration Demon. No primeiro game, o monoblack tem na verdade só 12 cartas que são definidoras contra o Gr, Demon, Thoughtseize e Hero's Downfall. com o game 1 eu não tinha preocupações, os múltiplos planswalkers dão muita vantagem contra um deck com tantos spot removal como o monoblack, mas nos games com sideboard entram também os Lifebane Zombies, o match fica um pouco mais justo. Isso me deixou com vontade de colocar mais um Plummet no side e na verdade eu considerei isso por muito tempo, o Plummet funcionaria contra o Spectro e contra a criatura mais problemática, o Demon. Eu também achava o jogo contra o monoblue muito apertado, o monoblue tem começos de jogos muito explosivos, isso também me fez considerar mais um shock no sideboard, pra manter a devoção dele sempre baixa. Por fim, quando voltamos à noite pro hotel e fomos fechar as listas eu e o Denófrio chegamos à conclusão que não precisávamos dar meta calls tão fortes, eu já tinha as ferramentas pra vencer esses matchs, que são os decks mais comuns do formato e num match contra monoblack eu normalmente não precisaria de 2 Plummets, na verdade acho que em qualquer momento do jogo comprar o segundo Plummet seria muito ruim. Torci pro Chris estar certo, jogamos uns games e tudo pronto pro torneio.

O PTQ

O torneio rolou no salão da Igreja Sagrada Família. Havia vários ventiladores ligados, mas como a cidade no verão vira um forno, estava muito calor. É sempre importante se manter hidratado e alimentado num torneio que tem essa duração, se não o cansaço bate mais cedo e a gente começa a jogar com uma “preguiça” quase irreparável e não conseguimos manter o foco, muitos erros bobos acontecem por causa disso, então já antes de começar, comprei duas águas, botei na mochila e parti pro round 1.

Eu não lembro exatamente como rolaram todos os jogos, mas vou falar por cima dos decks que joguei contra e mais ou menos como foram definidos.

Round 1 - Fábio – Esper Humans.

Game1: Ambos tivemos bons draws, o jogo se desenvolve e demora, até que num ponto eu consigo, numa mesa bem truncada, um Flesh//Blood pra forçar os pontos de dano que faltavam, depois de muitas contas eu bato os 12 de dano necessários com Polukranos e tokens do Xenagos.

Game 2: Ele curva com vários bichos, entre eles o imposing sovereign, que atrasa bastante o meu começo de jogo que já era lento, o jogo não demora muito.

Game 3: Eu consigo aplicar uma pressão cedo, com Polukranos e Ooze e matando as criaturas dele com Mortars, ele estabiliza a mesa com 2 Detention Sphere tirando minhas criaturas e resolvendo as dele, mas tinha só 2 de vida e eu já tinha a Revelry na mão, só esperar a hora certa pra não tomar nenhum devour flesh de surpresa e ganhar.

Jogo apertado, mas eu conhecia bem o match por ter treinado muito com o Denófrio.

Round 2 – Rafael – Bg Control

Game 1: Eu não consegui identificar muito bem o deck, acho que fiz Elfo turno 1, ele fez Sylvan Caryatid no 2, pack rat em algum ponto. O jogo acabou muito rápido, no fim de um turno dele eu consegui resolver Boon Satyr, bato uma vez, levo a 16, ele faz Vraska destruindo um walker, eu bato, ele não bloqueia e 3 Ghor-Clan completam o dano.

Eu imaginei que ele estava usando a lista de Bg control do Kibler, ou algo muito parecido com ela. Como não tinha treinado pro match, sideei igual eu sideio contra monoblack, menos os Plummets.

Game 2: Ele destrói minha mão com descartes e mata tudo que eu consigo fazer com downfall e doom blade. Ele faz um Polukranos, não encontro resposta pra ele e acabo perdendo o game pro bichão.

Game 3: Ele vem com múltiplos descartes, e a gente troca 1x1 por bastante tempo. Ele também não tem muita ação e o jogo se arrasta com meu Mutavault batendo nele (12 de dano). Eu compro um Dragão num ponto do game, mas prefiro segurar, quando ele se tapa eu resolvo o Dragão que bate 4 e toma removal. Ele se tapa novamente pra fazer uma threat e o outro Dragão fecha o jogo.

Round 3 – Augusto – Wb Aggro

Game 1: Ee vem muito agressivo, mas eu consigo desenvolver meu jogo acelerando um Polukranos com Elfo. Vou a poucos pontos de vida, mas ativação do Polukranos + Mortars kickado conseguem jogar ao redor de brave the elements e eu ganho o jogo.

Game 2: Fica ainda mais tranquilo, ele compra lands demais e os Shocks, Chandra e os Mizzium Mortars extras fazem seu trabalho e eu fecho o jogo com Dragão.

3-0, agora o bicho começava a pegar.

Round 4 – Joel – Monoblack Devotion

Game 1: Eu não tive muita reação, aconteceu o pior possível no match, fui curvado em 2 demons + Asphodel, sem chances.

Game 2: Os planswalker fazem a diferença, o game não durou muito, eu não lembro muito bem, mas acho que ele perdeu alguns land drops e eu ganhei batendo com algum bicho + Ghor-Clan + Flesh//Blood.

Game 3: É o jogo mais demorado, ele tem 2 Mutavaults que complicam meus planswalkers, que são as cartas chave nesse match, mas eu consigo num ponto ter uma Chandra + Caryatid. Ele lida com todos os outros walkers que eu consigo fazer, mas a Chandra fica tempo demais na mesa e o card advantage gerado por ela é demais e ele não segura a pressão.

4-0, mais uma e era top quase garantido.

Round 5 – Marcus – UW Control

O Marcus tava com o deck que eu mais conhecia do formato, treinei muito tempo com ele e sei o quanto o match contra o monsters é ruim.

Game 1: Eu comprei uma mão não tão boa pro match, meus threats sendo Polukranos e Ooze, mas consigo resolver o Domri que gera uma boa vantagem antes de tomar Sphere. Depois de trocar vários bichos por Verdicts eu consigo resolver um Dragão que bate, ativa o monstrous e bate novamente sem resposta pra vitória.

Game 2: Eu compro todos os walkers, ele não consegue responder e quando o jogo acaba eu tenho Chandra, Xenagos e Ruric Thar na mesa (acho que eu tinha um Domri também). Jogo bem tranquilo pro RG, como esperado.

Round 6 – Bonow – Gr Monsters

Membro do Factory, Bonow estava com exatamente as mesmas 75 cartas que eu estava, mas ele estava 4-1. Ele tinha perdido pra um Naya no round 5. Eu tinha sido paired down e, depois de muita conversa a gente resolve dar ID, um ID ali me garantiria no top e como ele ainda teria que ganhar uma pra passar ele prefere arriscar e ganhar o próximo round pois, se ele ganha de mim nesse round, existe uma possibilidade de eu e ele ficarmos fora do top.

ID.

Round 7 – Vinícius – Monoblack Devotion

Apesar de eu achar o monoblack um good match pro Gr, eu resolvo dar ID, descansar mais uma hora e garantir que eu passo entre os 4 primeiros pra jogar pelo menos o top8 no play. Ele também nem cogita jogar.

Fui assistir o jogo do Bonow, ele pega um UW e acaba empatando e isso tirou ele do top, fico bem preocupado por ter oferecido ID no round passado e no fim ele não conseguir a vaga.. fica pra próxima, te devo uma galego.

Passo em quarto pro top8, ganho um tapetinho baita e bora pro jogo.

TOP 8 – Gabriel - RW Devotion

Game 1: No draw eu keepo uma mão arriscada, com 1 Templo, Elfo e Caryatid, Mortars, Flesh//Blood e Polukranos e Ooze. Se eu consigo manter o Elfo 1 turno mesmo sem comprar land eu tenho jogo, mas ele acorrenta meu Elfo nas montanhas dele e eu não vejo a segunda land nunca.

Game 2: Eu consigo manter a devoção dele baixa com Domri fazendo lutar e Mortars e acabo ganhando rápido com Polukranos batendo + Ghor-Clan + Flesh//Blood.

Game 3: Eu tento trocar o máximo possível de criaturas, e uso meus removals agressivamente pra evitar deixar ele construir uma devotion alta, trocamos uns bichos e no fim eu compro um Dragão que fica sem reposta por alguns turnos e fecha o jogo.

Top 4 – Thiago – Naya Monsters

A lista do Thiago é quase igual a minha, mas ele tem splash branco pra selesnya charm no md e chained into the rocks entre outras no side. Ele passou em primeiro no suíço e estava no play.

Game 1: Ele abre de Elfo + Domri e consegue desvirar com Polukranos. Eu, não tendo resposta, fica bem complicado bloquear .

Game 2: Eu consigo abrir de Elfo e Domri e consigo resolver o Polukranos sem resposta que ganha o jogo com Ghor-Clan.

Game 3: Ele faz o Polukranos no turno 3, eu faço o meu também no turno 3, o meu toma 1 de dano do dele + Mortars que me deixa muito atrás no jogo. Ele me coloca a 2 de vida no turno dele e faz uma scry land. No meu turno eu consigo colocar ele a 1 de vida e lidar com o Polukranos, mas ele 
revela o Dragão que estava no topo.

E assim acaba minha participação no PTQ, fiquei feliz com o resultado apesar de perder quase na cara do gol, eu voltei de lá mais motivado a melhorar.

Foi o campeonato que eu mais treinei pra jogar e o que eu me senti mais preparado, faz muita diferença saber o quão a carta X é boa no match Y. Senti que ganhei muitos jogos por que os oponentes tiveram uma avaliação errada de algum planswalker ou bicho em algum momento do jogo, priorizavam outras coisas e acabavam perdendo o controle do jogo. Isso me faz crer ainda mais que fiz uma boa escolha de deck, ouvi muitos “não treinei contra esse deck e não conhecia essa lista”.

Bom, é isso pessoal, Born of the Gods chegando ai e já existem listas novas de Gr monsters, não sei se uma lista assim sobrevive a rotação, tudo depende de como o ambiente vai ficar.

Deixo aqui meu agradecimento ao pessoal do MTG Factory, Denofrio, Bruno, Vico, Farofa, Bonow e Lenon, não sei nem dizer o quanto vocês me ajudaram no Magic nos últimos meses. Agradecer novamente ao Angelo, que de novo deu aquela força com o deck, valeu mano!

E por fim deixo 3 dicas pra vocês:

Treino, foco e treino.

Abraço!!

-Tiago “Iluminado” Santos

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