E aí pessoal, eu sou o Lenon Furtado e hoje eu estou aqui pra falar um pouco sobre o Modern, formato que acaba sendo visto por muita gente como morto ou sem graça devido à grande quantidade de bans e unbans, o que torna ele instável e inatrativo pra muitos players. Porém, o panorama parece estar pra mudar com a nova lista da wizards, onde deathrite shaman foi banido e bitterblossom e wild nacatl desbanidos. Tudo leva a crer que, a partir de agora, o formato tende a melhorar e, com a chegada do Pro Tour Valencia nesse final de semana, vale a pena dar uma olhada para o Modern com mais carinho.
Vamos então olhar para as principais alterações que a Wizards promoveu:
A Wizards sempre argumentou que gostaria que o modern fosse um formato mais lento, vide a sua política de erradicar os combos mais explosivos e o gatinho sempre foi uma ameaça a esses decks mais devagares. Os manda-chuvas do magic também argumentavam que queriam um formato mais diversificado, que incentivasse novas estratégias e o nacatl sempre foi uma carta de uso obrigatório em qualquer deck aggro, caso você não se rendesse ao poder do felino, correria o risco de ter um deck inferior aos outros aggros do ambiente. Wild nacatl acabava por inibir o uso de muitas criaturas interessantes que poderiam ser usadas em muitos decks diferentes, pelo simples fato de ter um custo benefício maior, e isso era visto como prejudicial pela wizards. Talvez agora o formato já tenha mudado tanto que a Wizards resolveu desbanir cartas de estratégias antigas que eram vistas como tóxicas para o ambiente por achar que elas vão se adaptar melhor ao formato atual, o que nos leva à próxima carta:
Sejamos honestos, fadas foi provavelmente um dos decks mais odiados da história. Desde que eu comecei jogar magic – há 6 anos atrás – sempre vi players reclamando, se desesperando por estar jogando contra um deck desses. Isso refletiu lá no QG da Wizards e fez uma das cartas chaves do deck, a Bitterblossom, já nascer banida no modern. Assim como o Nacatl, o encantamento ganhou uma nova chance entre as cartas de estratégias antigas que podem se adaptar ao ambiente, o que nos leva a crer que talvez ocorram outros unbans como esses daqui por diante. (Não, Jace e Stoneforge continuarão na geladeira por muito tempo)
Por fim, a carta banida da lista:
Não se pode dizer que foi um ban surpreendente. Eu, particularmente, achei que viria antes. Jund sempre foi um dos decks mais fortes do formato, porém antes da chegada do xamã, apenas o Bloodbraid Elf não tornava o deck opressor. As duas cartas juntas foram o estopim para a reclamação de vários players sobre como o deck era injusto e, não satisfeita em banir o elfo, a Wizards resolveu banir o xamã meses depois. (Este último, por sinal, muitos defendiam que ocorresse desde o começo, sem a necessidade do banimento do Bloodbraid)
Vamos ver então quais decks – antigos e novos – podem aproveitar as mudanças no ambiente e que podem aparecer nesse PT
Vamos começar com o jund, que foi um deck que dominou o formato por muito tempo e, mesmo após o ban do BBE, ainda continuou fazendo bons resultados. Após o ban do nosso querido 3/2 cascade, ficou complicado definir o que era o jund no formato, uma vez que o deck sofreu várias alterações e contou com várias versões que iam desde apenas decks BG, até aqueles 4-color-ajani-jund, ou, como Luis Scott-Vargas gosta de chamá-lo, “Ajundi”. Podemos considerar jund todo deck que contém essas cartas
4 Tarmogoyf
4 Dark Confidant
4 Deathrite Shaman
4 Liliana of the Veil
Essa era a base usada em praticamente todas as listas de jund. Deathrite Shaman servia como um dork mas, diferente da maioria deles, além de possibilitar um turno 2 com Liliana ou Toughtseize/Inquisition seguido do Goyf/Confidant, possuía um late game muito forte. Com o seu banimento, o deck perde muita consistência, porém ainda conta com as melhores criaturas de custo 2 do ambiente e o melhor planinauta do formato, a Liliana (R.I.P. Jace). Com ótimos removals e disrupts, o deck pode vir a deixar de ser um tier 1 no Modern, mas provavelmente vai continuar aparecendo e se readaptando. Não será nenhuma surpresa ver alguma de suas variantes no top 8 do PT nesse final de semana.
Agora, vamos ver um deck que ganhou, e muito, com o unban de Bitterblossom
4 Windbrisk Heights
4 Plains
4 Marsh Flats
4 Isolated Chapel
4 Godless Shrine
2 Fetid Heath
1 Swamp
3 Auriok Champion
3 Tidehollow Sculler
2 Hero of Bladehold
4 Thoughtseize
4 Path to Exile
4 Raise the Alarm
4 Spectral Procession
4 Lingering Souls
3 Zealous Persecution
1 Gather the Townsfolk
3 Honor of the Pure
2 Intangible Virtue
O chamado BW Tokens nunca foi um tier 1 no formato, mas sempre esteve ali presente, de vez em quando fazia top 16, aparecia nos dailys, etc. Agora, com a adição do encantamento preto, pode ser uma aposta bem válida. O deck costumava pecar pela falta de consistência, com cartas que não convencem muito como Raise the Alarm. Trocando-a pela Bitterblossom, o deck não ganha apenas mais um gerador de tokens, ganha uma carta de valor, que pode fazer muito estrago sozinha (quem viveu pra ver a época de Lowryn, sabe). Ele pode se readaptar pra utilizar menos Honor of the Pure e mais Intangible Virtue, ou até Spear of Heliod.
Já que estamos falando de Bitterblossom, como não citar o nosso tão querido fadas, não é mesmo?
3 Mistbind Clique
3 Vendilion Clique
4 Spellstutter Sprite
2 Mana Leak
2 Spell Snare
3 Cryptic Command
4 Smother
3 Thoughtseize
4 Ancestral Vision
4 Bitterblossom
2 Jace Beleren
2 Umezawa's Jitte
1 Pendelhaven
1 Scalding Tarn
2 Watery Grave
3 Misty Rainforest
4 Mutavault
4 River of Tears
4 Secluded Glen
5 Island
Essa é uma lista do antigo extended e, com os recursos atuais, como as lands de Scars of Mirrodin e Inquisition of Kozilek, as fadinhas podem fazer grandes estragos no ambiente. Fora isso, não há muito a se dizer aqui. Abuse da sua Blossom, anule as mágicas do seu oponente, vire todas as suas lands e, não satisfeito em ganhar, deixe-o extremamente irritado e observe-o ir embora da mesa resmungando “Bitterblossom tem que ser banida de novo...”
Ainda falando do nosso gerador de tokens, existem decks que sempre existiram por jogar nas costas do encantamento e se dar bem sempre que o encontrava pelos campeonatos ao redor do mundo. Um deles é o famoso monored BURN!
6 Mountain
4 Scalding Tarn
4 Blackcleave Cliffs
4 Arid Mesa
2 Blood Crypt
4 Grim Lavamancer
4 Vexing Devil
4 Goblin Guide
4 Lava Spike
4 Bump in the Night
4 Lightning Bolt
4 Rift Bolt
4 Searing Blaze
4 Shard Volley
4 Skullcrack
Deck perfeito pra descontar o seu stress do trabalho, divirta-se gastando seus burns e vendo seu oponente desesperado tendo que lidar com a própria Bitterblossom. Sua versão t2 em Lorwyn era o predador natural do UB Fadas e tem tudo pra manter o seu posto.
Outro predador natural das fadinhas é o Merfolks:
16 Island
4 Mutavault
1 Cavern of Souls
4 Master of the Pearl Trident
4 Lord of Atlantis
4 Silvergill Adept
3 Master of Waves
3 Cursecatcher
2 Tidebinder Mage
2 Merrow Reejerey
2 Kira, Great Glass-Spinner
1 Thassa, God of the Sea
3 Vapor Snag
3 Spell Pierce
4 Spreading Seas
4 Æther Vial
O deck já havia melhorado com a adição de Thassa e Master of Waves e, com o ressurgimento do UB Fadas, ele tem tudo pra ver mais jogo ainda.
Vamos ver agora alguns decks que podem ganhar com o unban do Wild Nacatl:
4 Verdant Catacombs
4 Arid Mesa
3 Stomping Ground
2 Scalding Tarn
1 Sacred Foundry
1 Misty Rainforest
1 Forest
1 Temple Garden
1 Mountain
4 Ghor-Clan Rampager
4 Burning-Tree Emissary
4 Experiment One
4 Flinthoof Boar
4 Goblin Guide
4 Kird Ape
4 Tarmogoyf
4 Wild Nacatl
4 Lightning Bolt
2 Mutagenic Growth
2 Pillar of Flame
2 Path to Exile
Sem o Wild Nacatl, o zoo virou praticamente um RG. Essa é uma lista protótipo do que o deck pode vir a se tornar, porém ele ainda pode ter acesso a cartas como Lightning Helix e Qasali Pridemage. Podemos ver, no próximo final de semana, um zoo voltando as suas origens, pra alegria de vários players, ou quem sabe até um zoo com splash pra outras cores, com acesso a Tribal Flames.
Falando de Deathrite shaman agora, alguns decks que ganham com o seu banimento são os Uwx e os Twins. “Que merda que tu tá falando cara?” Calma, não se irrite, apenas um nome responde essa pergunta: Snapcaster Mage. Quando o xamã era bem presente no formato, nosso japonês já era uma carta bem forte e, sem o elfinho, o mago ganha força e alavanca esses decks.
Uma incógnita para o formato é o Melira Pod. Ele perde o seu dork preferido e que, muitas vezes, ajudava quando o deck partia pra estratégia Junk Midrange, porém o deck costumava penar quando enfrentava um outro xamã do outro lado, portanto é difícil analisar como o deck ficará no ambiente.
Agora, pasmem, o deck que provavelmente mais ganhou com essa nova lista foi o living end. Enfrentar um deck com Deathrite Shaman era quase como começar o jogo com seu oponente sideado. Sem o medo do elfo, o deck agora pode jogar livremente. (Vejam bem, eu não disse dominar, eu não disse oprimir, eu disse “jogar livremente”. E só)
Claro, várias mudanças vão ocorrer, vários outros decks podem voltar a jogar, como Loam e Gifts que estavam meio esquecidos, mas o Modern é um formato mais dinâmico que as pessoas pensam, até pela quantidade de cartas disponíveis. O UB Fadas pode ser um deck muito forte, mas pode ser que surja um deck com Thundermaw Hellkite pra combatê-lo, ou até mesmo os próprios merfolks. Ou pode ser que até mesmo um outro deck que nenhum de nós, meros mortais, esperava venha a dominar o ambiente por razões que apenas os Deuses do Magic podem nos responder. O fato é que o Modern tem sim as suas falhas, que todos sabemos e que todos já estamos cansados de repetir, porém ele faz parte do circuito. Não podemos deixá-lo de lado caso queiramos nos fixar nesse cenário competitivo e, depois de tanto tempo sendo deixado na gaveta, talvez seja a hora de olharmos pro Modern com mais carinho.
-Lenon
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