Já podemos
dizer que o draft de Born-Theros-Theros não é mais novidade pra
ninguém e que muito já pode ser dito sobre o formato. Evitando
simplesmente replicar o que é visto nos sites gringos, vou resumir,
inicialmente, aquilo que já foi constatado por inúmeros escritores
conhecidos e pros, incluindo algumas conclusões nossas como time, a
respeito das cores:
- Verde
é a cor mais ‘deep’.
Alimenta 3 drafters sem dificuldades e tem uma abundância de comuns
top nos packs de Theros. Em BNG o verde não decepciona, onde cartas
como Swordwise Centaur, Nyxborn Wolf, Snake of the Golden Grove e
Pheres-band Tromper se fazem sempre presente.
(As
4 estão colocadas em ordem de qualidade na minha opinião [Bruno], o
Tiago prefere o Pheres-band Tromper a Snake of the Golden Grove).
Lembrando que BNG é smallset, ou seja, as comuns tendem a “repetir”
muito mais do que em Theros.
- Preto é underdrafted. Talvez seja conseqüência de o pessoal lutar muito pelo branco e, por conseqüência, preferir as cores de suporte do mesmo (U,G,R). Entendo que BNG não traz muitos incentivos para se colocar no Black, eu mesmo acabo nessa cor 1 a cada 5 drafts, mas o reward por fazê-lo pode ser gigante. Além da oportunidade de removal de qualidade, o que é escasso no formato, se chega em Theros com 1 ou 2 players na cor e normalmente um deles é alguém que pickou White/Green e eventualmente caiu no Wb ou Gb. Gray Merchant pick 4~5 é uma realidade no formato atual, fique ligado nisso na hora de botar Asphyxiate VS algo na balança. Lembrando que o preto tem uma das melhores incomuns de theros a fortíssima Keepsake Gorgon.
- Vermelho melhorou, mas ainda é a pior cor. A qualidade média das cartas vermelhas melhorou com Born, mas infelizmente a cor ainda tem dificuldades de sair simplesmente do suporte. Isso faz com que cartas como Fall of the Hammer precisem ser reavalidas em termos de first pick, não que a mesma deixe de ser excelente. Vermelho é suporte de uma das cores mais disputadas (branco) e se faz presente no arquétipo “RW 13 lands” by Gerard Fabiano. UR e GR são vistos volta e meia na final do draft, mas precisam que muita coisa dê certo para se tornarem decks fortes, o que faz com que muitos players fujam da combinação.
- Azul não é mais tão forte e deep. Calma, azul continua como uma das melhores cores do formato e eu posso dizer que é a minha cor favorita. O azul não é mais tão forte no sentido de que com 3 packs de Theros conseguíamos múltiplos Voyage’s End e Griptides, agora a briga por essas cartas é maior. Ari Lax recentemente citou que o ‘bounce’ não é mais tão importante quanto era, o que eu humildemente discordo, acredito que a quantidade dos mesmos no pod é menor, mas só isso. O pack de Born oferece boas cartas pro azul, mas poucos incentivos para first pick, salvo exceções como Aerie Worshippers. Sudden Storm e Retraction Helix são duas das melhores comuns azuis, players conhecidos como Gerrard Fabiano e Frank Karsten chegam até a considerar Retraction Helix como first pick, mas na minha opinião o pack tem que ser muito fraco pra dar first pick num bounce spell defensivo, mesmo que ele ative heroic/inspired. O azul em Born está repleto de picks medianos, o que resulta em mais players escolhendo a cor como suporte, aumentando o número de players dividindo a cor, o que vale a pena se levar em consideração. Uma carta que inicialmente recebeu grande hype foi o Arquétipo azul, mas com o passar das primeiras semanas evidenciou-se que a carta não é tão forte quanto o esperado. Um dos motivos para tanto, se dá no fato de BNG ser o primeiro pack e não o último, uma vez que claramente a melhor casa para o Arquétipo é no UG, mas os bichos grandes do UG que definem o deck só vem efetivamente com Theros. Isso, somado ao fato de se encontrar na curva 6, tiraram a carta de um dos picks azuis mais desejados para um pick bem razoável. Não culparia ninguém de tentar forçar um UG que objetivasse fechar o jogo com o Arquétipo da Imaginação, mas realmente tem muita coisa que é pick mais alto que o mesmo em BNG.
- Branco é horrível. Não não, brincadeira. Eu gostaria de ter o poder de influenciar players em massa e diminuir um pouco a guerra que ocorre pelo branco no formato atual, afinal.. a cor é DEFINITIVAMENTE a melhor do formato. Heroic é uma realidade e o formato tende a ser mais agressivo do que era com 3THS. Isso somado ao poder de cartas como Akroan Skyguard e Wingsteed Rider + a falta de removal, faz com que draftar o branco agressivamente seja uma boa opção. Traveling Philosophers estão sendo pickados mais alto do que nunca e o seu parente Oreskos Sun Guide já é considerada uma das melhores comuns de Born. Sim, toda essa parte positiva resulta no branco sendo overdrafted, tornando a estratégia ‘fugir do branco’ como algo viável. O próprio Tiago Santos, um dos membros do time que escreveu este artigo comigo, comentou recentemente: “não pego branco. to passando até Ornitarca, só pego se for Brimaz”. É claro que é brincadeira, Ornitarca é idiota demais, dificilmente não vai ser seu first pick, mas digamos que decisões como Vanguardof Brimaz VS Swordwise Centaur devem ser influenciadas pela ideia de que o pessoal realmente ta indo pro draft armado pronto pra lutar pelo branco.
Nota: Durante a construção deste artigo tivemos o GP Vienna, onde o campeão do draft do Top 8 foi o ÚNICO que draftou branco na mesa, ficando assim com um deck absurdo e passando o carro no player nº 1 do mundo, Jeremy Dezani, na final. Esse efeito pode ser conseqüência da mesma constatação que fizemos no parágrafo anterior, só que resultando em efeito contrário. Se a maioria segue a ideia de fugir do branco, podemos chegar a situações onde draftar o branco volta a ser algo regular, situação semelhante aos jogos de gato-e-rato de metagame dos formatos construídos.
Essas são constatações básicas sobre as cinco cores, o mínimo que você precisa saber se for se aventurar nos PTQs Selado dessa temporada e se quiser chegar com algo sólido em mente para o draft do Top 8.
Pra finalizar, algumas interações que aparecem bastante e valem a pena ser citadas, uma vez que muitas passam despercebidas pelos players:
1 – Usar a habilidade do Leonin Snarecaster como forma de proteger alguma criatura sua de Asphyxiate. Situações onde existe deathtouch do outro lado da mesa, você não pode ainda bater com o seu voltron mas tem esta opção para garantir q um top deck de Asphyxiate não mudaria o destino do game.
2 – Interações de untap com Retraction Helix. (Kiora’s Follower, Savage Surge, Hipocampo, Triton Tactics, etc). A habilidade fica na criatura até o final do turno, então vale lembrar que somada com estas cartas você cria sua “mini sea god’s revenge”. Lembrete! Retraction Helix dá bounce em nonlands, ou seja, torna o combate para os seus oponentes bem mais complicado uma vez que eles podem perder um bestow no meio do combate, etc.
3 – Usar a habilidade do Deepwater Hypnotist em conjunto com LastBreath, eliminando criaturas bem maiores. Mesmo vale pra Lost in a Labyrinth, mesmo que essa última opção não valha a pena, já que você vai gastar 2 cartas pra lidar com 1, mas é bom estar ciente.
4 – A carta Floodtide Serpent não somente interage bem com encantamentos de cantrip (Stratus Walk, Nylea’s Presence e Fate Foretold), como também interage bem com criaturas bestow, permitindo que você jogue a criatura cedo e eventualmente volte pra mão ao decorrer do jogo, podendo voltá-la “agraciando”.
Obs: Eu montei um UG outro dia e fiquei em dúvida entre Floodtide Serpent ou Snake of the Golden Grove como 23ª carta. Eu tinha 1 Stratus Walk e 1 Fate Foretold no deck, o que fez eu escolher a Snake, considerando maior upside, etc. Erro meu ao não perceber que não somente eu teria situações onde eu poderia jogar minhas 2 NimbusNaiad no turno 3 sem problemas, como eu também tiraria grande proveito da minha Raised by Wolves. Eu venci um jogo apertado com Raised by Wolves na Snake.. se fosse na Serpente eu teria criado um exército de lobos, o que realmente fez com que eu me arrependesse da escolha feita ao fechar o deck.
9 entre 10 usariam
5 – Stratus Walk pode ser usado em criaturas do oponente e ainda assim vc consegue tirar algum valor disso, seja impossibilitando a mesma de bloquear as criaturas do chão, como interagindo com Bow of Nylea e Shredding Winds. Dar asa pro Sedge Scorpion pode ser algo bem interessante, dependendo da situação.
6 – Como citado pelo Hall of Famer Frank Karsten (você pode ler o artigo aqui), Griptide melhora muito se em resposta a Burnished Hart ou o trigger da ordeal verde, funcionando efevitamente como um hard removal.
Existem
muitas outras interações importantes. Se esquecemos de alguma que é
comum, sintam-se a vontade pra comentar! Com certeza Theros tem
muitos detalhes a serem percebidos ainda.
Espero que tenham gostado da leitura e que ela seja útil. Em breve retornaremos com mais material do limited de Theros, que não é importante somente pelos PTQs, como também pelo GP São Paulo, que logo chegará.
Infelizmente nós concluímos esse artigo numa semana em que perdemos nada mais do que TRÊS drafts pra Cromantícora, ficam algumas screenshots como lembrança.
Enemies living the dream:
Espero que tenham gostado da leitura e que ela seja útil. Em breve retornaremos com mais material do limited de Theros, que não é importante somente pelos PTQs, como também pelo GP São Paulo, que logo chegará.
Infelizmente nós concluímos esse artigo numa semana em que perdemos nada mais do que TRÊS drafts pra Cromantícora, ficam algumas screenshots como lembrança.
Enemies living the dream:
Cromantícora turno 4
Abraço e até a próxima!
-Bruno
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