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quinta-feira, 3 de abril de 2014

The Bottom Line - Magic não é um conto de fadas



Magic não é conto de fadas. Àqueles jogadores que buscam adentrar o mundo competitivo, é preciso estar preparado. Não há como fugir, um deck competitivo, seja ele T2, ou de qualquer outro formato, vai sair caro. Se o desejo é de sair vencedor, é preciso jogar com as melhores cartas possíveis, mas disso eu tenho certeza de que todo mundo (ou quase) já tem ciência.

Esses dias, checando alguns grupos de Magic no facebook, me deparei – e participei – com uma discussão que me motivou a escrever sobre isso. Na postagem, discutiam sobre como “Magic é só dinheiro” e como “Sem dinheiro, não há skill que se sobressaia”. Bom, vamos por partes. Magic não é só dinheiro e, em momento algum a habilidade de um jogador vai ser definida pelo valor do seu deck. Isso é uma ideia errônea que desmerece toda a dedicação e treino que aquela pessoa (provavelmente) investiu para estar ali e, muitas vezes, isso acaba sendo papo de mau perdedor.

Ninguém aqui é louco de reclamar que “Po! Fórmula 1 é só dinheiro, os caras só correm com carros de milhões de doláres, meu Palio não da conta de vencer, qualquer um com um carro desses que os pilotos têm consegue vencer um campeonato.” Se você quer competir com os melhores, você deve tentar se colocar nas mesmas condições que eles, não é verdade? No fundo, a pessoa sabe que o Vettel é muito mais piloto que ela, mas a desculpa de que ele tem mais dinheiro pra investir lhe cai melhor, afinal é muito mais fácil jogar a culpa em outra coisa que não em si mesmo. 



O fato é que muitas pessoas insistem em achar que dinheiro é responsável por 70, 80% dos triunfos no jogo, mas isso não passa nem perto de ser verdade. É possível sim fazer resultados com decks mais em conta. Isso não significa que o deck vai se tornar um dos mais fortes, apenas que, como o Magic competitivo é baseado em ambiente, no campeonato X, onde o ambiente contava com um número Y de decks Z que têm um match fraco contra o seu, foi possível tirar vitórias da cartola e se dar bem.

É chato repetir essa frase, mas como muita gente já disse: “Se skill importasse tão pouco, não seriam sempre os mesmos no topo a cada torneio”. Essa frase não tem como estar mais correta. Habilidade do jogador no cenário competitivo impora sim, e pronto, a maior prova são os resultados dos campeonatos. Não é porque Owent Turtenwald, Reid Duke, William Jensen e cia são ricos que eles estão sempre levando tudo, é porque eles se dedicam, eles treinam. Pra adentrar no cenário competitivo, é preciso investir sim em Magic, mas sem a prática, é impossível obter resultados positivos.


Eu sei que, pra quem está começando agora é complicado investir em um deck de R$1500,00, e existem outras alternativas, mas uma hora ou outra, caso exista mesmo a vontade de se manter no cenário competitivo, isso vai ter de ser feito, não adianta achar ruim os preços das cartas e que o pessoal só usa decks caríssimos.

Vamos falar um pouco sobre isso, então. Existe uma ideia muito errada de que o deck mais caro quase sempre vai vencer e isso passa longe, mas MUITO longe de ser verdade. Vamos tomar o atual metagame T2 como exemplo. Na temporada passada, tivemos decks caríssimos como o Jund que se davam muito bem e, com a chegada de Theros, o ambiente passou a ser dominado por monoblues e monoblacks devotion. Os dois decks surgiram logo no começo do novo metagame, usando cartas como Pack Rat, Nightveil Specter, Desecration Demon, Frostburn Weird, Judge's Familiar, etc. Essas são todas cartas que nunca viram muito jogo (algumas nunca tinham visto jogo, ponto.) e que eram muito, mas MUITO baratas. Esses decks passavam longe de serem os decks mais caros dos campeonatos em que apareceram e, ainda assim, se saíram muito bem, mostrando que não é o deck mais caro que sempre ganha.

Em contrapartida, existem decks como o Burn do atual metagame que, de vez em quando, aparece bem em alguns campeonatos, mas nunca vê o preço das suas cartas explodir. Isso acontece porque esse é um caso de deck quese beneficia dos metagames específicos de alguns torneios, onde enfrenta alguns decks que se mostram mais presentes e que têm um match ruim contra ele, para poder escalar até o topo, mas que, em um ambiente mais equilibrado, sem a dominância tão gritante de um deck X, não se destaca dos outros.

Hoje, as cartas que movem os monoblues e monoblacks explodiram de preço, e é isso o que acontece. É por isso que a teoria de que o deck mais caro será sempre melhor é furada. Antes do deck ser caro, alguém precisou pegar algumas cartas que tinham potencial não explorado e fazê-las funcionar. É simples, como qualquer elemento desse nosso mundo capitalista, o preço das cartas é baseado na demanda. Não é porque a carta é cara que simplesmente devemos usá-la no deck, é o caminho oposto. Tirando cartas que, devido à sua raridade e ao seu óbvio poder acima da média (Brimaz, etc.), são fáceis de serem avaliadas como cartas que inevitavelmente jogarão, o preço delas se adapta à sua usabilidade e não é porque os lojistas são gênios entendedores de metagame que prevêem exatamente quanto a carta X deve valer.

Caso alguém revolucione e invente um novo deck de R$600,00 que leve todos os campeonatos, ele provavelmente vai valer esses R$600,00 por apenas algumas semanas. Conforme a demanda por suas cartas for aumentando, o preço médio delas também vai aumentar e ele logo vai atingir os mesmos R$1500,00 de todos os outros decks Tier 1 ou 2 do ambiente, não há como fugir disso.

É importante, e isso eu digo com relação a tudo no Magic, ter planejamento. Uma época boa para inventar novos decks, mesmo que baratos, pra tentar se dar bem é a época entre edições, logo depois da rotação. Os decks tendem a ser mais fracos, as bases de lands também. Nesses cenários, quase sempre surge um monored forte, por exemplo, que tem uma certa consistência e tem dificuldade em zicar. Pensando assim, é provável que numa época dessas, cartas como Firedrinker Satyr e StormbreathDragon sofram um aumento em seus preços. São análises assim que devem ser feitas, pensar em quais cards podem se aproveitar dos chamados “metagame shifts” e passar a brilhar. Uma carta como o Stormbreath Dragon, por exemplo, tem chances de ter seu preço aumentado para nunca mais baixar enquanto for T2, uma vez que já é uma carta bem usada.

Não tem como reclamar da Wizards, do Magic, dos lojistas, da DEVIR (!), porque é assim que as coisas são. Preço = Demanda, em qualquer lugar do mundo. Você pode pagar caro por um deck comprovadamente bom ou se arriscar e tentar ser aquele que vai montar o deck papa-tudo de R$600,00 que logo vai ter seu preço explodido. Caso opte pela segunda opção, é preciso ter em mente que essa é a sua escolha, não adianta reclamar que “Fulano ganhou de mim porque o deck dele é mais caro”.

E, ainda, antes de tomar essa segunda decisão é bom que esteja avisado: Você não vai simplesmente pegar o deck do seu avô e sair ganhando tudo porque você acredita no coração das cartas. Magic não é um conto de fadas.

Nope.
-Vico

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