PTQ Travel
Para se
preparar para um torneio competitivo, nada melhor que ficar de olho em outros
torneios competitivos, como os eventos do Magic Online e da Starcity Games. Você
pode pensar que não é possível comparar um evento do porte dos citados acima
com um de uma cidade “pequena”, porém, embora a comunidade de Magic em
Florianópolis seja de um contingente muito menor do que em outros
países/estados, ela é muito competitiva. Os jogadores são de um nível bom e
muitos deles possuem/conseguem as cartas para montar o deck que quiserem,
fazendo com que o ambiente muitas vezes seja um mix de dois top 8’s de eventos
lá de fora.
Por
isso, analisar eventos grandes acaba servindo para se ter uma ideia do metagame, para escolher um deck bem
posicionado, encontrar alguma lista nova que lhe agrade ou ainda, encontrar
possíveis modificações em seu próprio deck, sejam elas cartas de maindeck ou sideboard e principalmente, para não ser pego desprevenido por uma
lista que você não tem conhecimento.
A escolha do deck
Com o
ambiente do Standart do jeito que se
encontra, a escolha do melhor deck, em questões probabilísticas é muito
difícil. Na minha opinião, não existe um deck como o Jund do Standart passado,
que possuía uma vantagem contra a maioria do ambiente (e também uma grande
desvantagem contra alguns matchs). Ao meu ver, o que mais se aproxima disto é o
atual Mono-Black Devotion, com o disruptor (Thoughtseize), card advantage
(Underworld Connections, Nightveil), threats (Desecration Demon, Pack rats) e o
melhor removal (Downfall), que me lembra um pouco a receita que era utilizada
no Jund do passado.
Haviam
várias boas escolhas para este torneio, mas o Mono-Black Devotion não me
agradava justamente porque pensei que seria o deck mais comum do ambiente e
embora o mirror fosse muitas vezes
decidido pela sorte, eu acreditava não ter treinado o suficiente com o deck.
Minha segunda opção era o B/G Aggro desenvolvido pelo Brian Kibler, mas se
enquadrou na mesma questão do Mono-Black, achei a lista excelente, com várias
cartas que estão muito fortes no ambiente, porém não possuía treino suficiente
com o deck.
Percebi
então que embora eu visse muitas listas boas, com decks que davam muita vontade
de jogar, não teria tempo o suficiente para treinar para o campeonato e resolvi
me focar em melhorar a lista do deck que eu possuía mais treino, o R/W
Devotion. Minha primeira experiência com este deck foi no Game Day de Theros,
montei ele sem ver nenhuma lista, por isto ele acabou ficando um tanto
desbalanceado, pois acabei me focando um pouco mais em controlar o oponente, o
que tirou bastante da explosão do deck.
Depois
de jogar diversos torneios com o deck, testando muitas cartas que eram
utilizadas em listas similares no MOL, cheguei a seguinte lista:
Criaturas (28)
4x Rakdos
Crakler
4x Ash
Zealot
4x
Frostburn Weird
2x Hammer
of Purphoros
4x Boros
Reckoner
4x Fanatic
of Moggs
2x
Purphoros, God of the Forge
Spells (8)
2x Chained
to the Rocks
4x Mizzium
mortars
2x Legion`s
Initiave
Lands (24)
2x Mutavaul
4x Temple
of triumph
4x Sacred
Foundry
3x Nykthos
1x Boros
Guildgate
10x Montanha
Antes
desta lista, eu acreditava que a pior match do deck era o Esper Control.
Veredito acaba com toda sua devoção, e se você jogar em volta dele, não vai
conseguir causar dano o suficiente antes que o oponente controle o jogo, a não
ser que seu oponente sofra de um mana
flood. Chained to the rocks e Mizzium Mortars não servem para absolutamente
nada na match(exceto quando o oponente utiliza Ashiok). Além disso, ele possui
resposta para tudo no deck, por causa da Detention Sphere.
Esper
Control é a principal razão pela qual incluí Legion’s Initiative. A carta
consegue lidar com muitos problemas, tornando suas criaturas imunes a cólera,
pelo baixíssimo preço de W/R e faz com que suas criaturas vermelhas ignorem a
habilidade +1 do Jace. Mas não é só isso, contra outros matchs ela nunca é uma
carta morta, ela comba com o EtB do Fanático de Moggs e do Purphuros, faz seus
cracklers, ash zealots e burning-tree’s terem 3 de ataque, que aumenta o clock
significativamente, além de passar por cima de criaturas /3 (principalmente a
Sylvan Caryatid). Arrisco dizer que Legion’s Initiative foi uma das principais
cartas que me fizeram ir bem neste torneio e não tiraria ela do deck por nada.
Um
grande erro desta lista foram os Mutavaults, eles raríssimas vezes se tornaram
criaturas e só serviram para zicar
minhas manas, começando algumas vezes a jogar no turno 3.
Ainda
acredito que o deck foi a escolha certa e o field
se apresentou com muitos decks que fizeram bons resultados em torneios grandes,
contando com UWR Control, BG Devotion, Mono U, BG Kibbler, GW Aggro, Mono B e
Esper Control.
Sideboard
1x Purphoro
Entra principalmente nos matchs contra control, onde o
oponente tem mais resposta à uma criatura indestrutivel. Em todos os outros
matchs, 2 cópias é o suficiente, para diminuir as chances de ficar com uma
carta morta na mão.
1x Burning Earth
Entra para punir oponentes que se utilizem de 3 cores nos
baralhos, os quais contam com diversos terrenos não básicos.
2x Boros Charm
Bons em matchs contra oponentes que contam com sweepers no
baralho, uma vez que grande parte das criaturas morre até para Anger of the
gods. Em alguns casos, pode servir para matar planeswalkers também.
3x Asemble the Legion
Uma carta que eu costumava utilizar no main deck, que foi
movida pro side, principalmente para não ser uma carta inutil contra decks mto
rapidos. Além disso, as listas estavam utilizando-a de side e eu acreditava não
existir muitos controls no ambiente.
2x Chained to the rocks
Eu costumava utilizar 3 no main deck e apenas 1 copia no
side desta carta, porém, contra decks control, tanto os mizzium mortars e esta
se tornando relativamente inúteis.
2x Wear//Tear
Chicote de Erebos, Reunir a Legiao, Underworld Connections,
Chained to the Rocks já são razões suficientes.
2x Skullcrack
Entra principalmente contra decks de Sphinx Revelation, não
só pra parar o ganho de vida, mas pra punir o oponente pela perda de vida de
Thoughtseize e Shock lands.
1x Ricochete Selvagem
Raramente vai ser um carta inútil na mão e podendo ser
extremamente poderosa, quando direcionada em um Thoughtseize, por exemplo. Em
outras ocasiões, depende muito do estado da mesa, mas eu com certeza colocaria
esta carta contra oponentes que usam spells de dano, como magma jet.
Resultado
O deck se comportou muito
bem nos matchs, não senti que nenhuma partida era muito desfavorável, os
oponentes foram G/W Agro, B/G Agro (Kibler), Mono Blue, G/R Devotion e na
última partida do suíço, outro Mono Blue.
Eu abri
4-0 no torneio, tendo perdido apenas um game no caminho, até chegar à final.
Ambas as partidas foram bem próximas, com o oponente ganhando com o letal
exato, ambas as vezes com o a habilidade da Thassa. Os jogos foram justos, sem
muito azar para nenhum dos lados.
Fiquei
na segunda colocação no suíço, e indo para o top 8 meu primeiro match foi
contra um deck que eu nunca tinha visto (nesta rotação): Junk que abusava do
grave, não chegando exatamente a ser um reanimator. Ganhei a primeira partida,
em que eu estava no play e na qual meu oponente muligou a 6. O jogo veio bastante
rápido para mim, com Burning-trees e Purphoros e embora a mão do oponente
contasse com algumas respostas, não foram suficientes. O jogo se prolongou um pouco, mas ele sempre
atrás na board.
O
segundo game, eu enfrentei um mulligan a 5 (o primeiro por conta dos
mutavaults, tendo um nyktos, um mutavault e diversos custos duplo vermelhos na
mão inicial). Embora eu tenha comprado um removal e um sideboard para lidar com
o Chicote de Erébos, ainda não foi o suficiente para ganhar uma posição
favorável na board.
O game
3 eu vim com uma mão ideal, 3 fontes vermelhas, uma delas sendo também branca,
Boros Reckoner, Burning Tree, Fanático e Crackler. Infelizmente, ao passo de
que o jogo se prolongava, não fui capaz de atingir o quarto terreno, meu
oponente resolveu um Obzedhat com a ajuda da barreira hexproff, que também
serviu para segurar parte da minha ofensiva. Meu oponente se viu obrigado a não
exilar, nem atacar com o Obzedhat, pois já estava com 6 de vida, enfrentando
uma board com a minha mão inicial, exceto o Fanático. A medida que eu adicionei
mais um Reckoner a mesa, meu oponente fez um Chicote de Erébos, que rapidamente
elevou seus pontos de vida com o Obzedhat.
Quando
finalmente compro um terreno, este ainda é um Nyktos, me permitindo gerar 7
manas (um burning tree foi sacrificado para entrar na frente do Obzedhat, pois
eu já estava com 4 de vida). Resolvo o Purphoro e mais um Reckoner, preparando
letal para o próximo turno. Infelizmente para mim, o top deck do meu oponente
era um Anjo da Serenidade, que exilou meus blockers e desativou o deus
vermelho, limpando o caminho para o conselho fantasma.
Concluindo...
Espero que o escrito aqui possa servir de auxilio a qualquer um que esteja utilizando este deck, sofrendo na mão dele ou pensando em experimentar jogar com ele; a estes últimos, eu recomendo que deem uma oportunidade, pois é um deck divertido (você vai dar risadas com quão broken ele parece as vezes) e também competitivo.
Encerro aqui minha primeira publicação, agradeço muito a quem gastou seu tempo lendo isso, caso tenham alguma dúvida ou sugestão, por favor publiquem-nas abaixo desta publicação.
-Guilherme Bonow Oliveira

Show de bola Mestre Bonow, vamos fazer um "testículo" no MOL para ver como esta lista se comporta. Forte abraço e sucesso amigão!
ResponderExcluirAlexandre