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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Selado de Theros - Onde está seu deus agora?

Dae pessoal, Tiago aqui novamente e hoje venho falar do formato que mais curto no magic, o selado.  A ideia desse artigo é dividir um pouco dos meus pensamentos gerais sobre a montagem de deck e pra isso vou utilizar como exemplo um selado de Theros que joguei no MOL. Bora lá!

Processo de Organização:

Meu primeiro passo ao pegar uma pool é organizá-la, com as cartas em ordem fica melhor de visualizar as opções. Eu sigo a seguinte ordem:

- Separar as raras: não sou da opinião que “bombas” raras são definidoras do formato, mas é interessante você direcionar sua build pra poder utilizar as melhores cartas da sua pool.  Saber quais são suas “bombas” é importante para poder continuar.


- Separar playables de unplayables: isso é muito importante para a visualização, aqui sua pool fica mais enxuta e você realmente consegue ter uma noção melhor do que vai conseguir utilizar.

- Organizar por cor e custo de mana:Da um pouco mais de trabalho mais é bem interessante de se fazer, assim você consegue saber coisas bem específicas do tipo: “No verde eu tenho 10 playables boas, mas minha curva tá muito concentrada no custo 4 e 5”. No selado a curva de mana é muito importante num deck, como você não tem acesso a muitas spells que façam o famoso 2 por 1 (ex: Supremeverdict) é melhor não ficar fazendo land go com um drop 4 na mão enquanto seu oponente faz turno 2 bicho, turno 3 bicho e turno 4 bicho.



- Atenção especial as mecânicas do formato: A Wizards, de umas edições pra cá, ficou muito boa em criar mecânicas que funcionam muito bem no limited. Em RTR algumas já eram bem fortes, principalmente Extort e Evolve, mas em Theros todas são bem fortes e influenciam diretamente na qualidade da sua lista final.

Todas as criaturas com Bestow e Monstrosity são playables.  Grande parte das criaturas com Heroic são boas, principalmente pelo número de enablers disponíveis no formato (tricks, auras, bestows,etc). A mecânica Devotion permite a montagem de decks extremamente fortes, principalmente nas cores preto e verde, com cartas como Gray Merchant of Asphodel e Discípulo de Niléia, ambas comuns e que tem impacto imediato no jogo. Mais pra frente no artigo vou falar sobre uma pool de Theros em específico, e ai citarei o problema de se avaliar errado uma carta baseada em devoção, mais especificamente os deuses, que num primeiro momento enchem os olhos de qualquer player.

 

                                             

É importante que você sempre tente tirar proveito dessas mecânicas, buscando a build com a maior coesão possível, após analisados tais elementos.

Aqui você consegue visualizar bem suas opções e definir as cores e as cartas que vai utilizar. Vale lembrar que em treinos é bem normal dois jogadores montarem decks diferentes com a mesma pool. Isso quer dizer que um jogador está errado e o outro certo? Não necessariamente, uma vez que jogadores têm avaliações diferentes das cartas pelo seu jeito de jogar ou até por ter experiência em ter jogado com a carta e ter encontrado resultados mais positivos ou não. Por essa razão acho muito importante ter um time ou um grupo de amigos pra treinar, debater, isso com certeza acrescenta muito ao seu jogo e lhe ajuda às vezes a se livrar de alguns conceitos errados sobre determinadas cartas, ao mesmo tempo em que torna sua visão de outras mais completa.

Realizados estes primeiros passos, inicio os testes combinando as cores. Às vezes ocorre de você conseguir eliminar uma cor logo de primeira, seja pela ausência de criaturas, ou simplesmente um número muito reduzido de playables. Em Theros, especificamente, muitas pools dão inúmeras opções de combinação de cor, uma vez que a quantidade de comuns fortes no formato é bastante grande. Ao combinar as cores começam as análises mais profundas, algumas das quais vou relatar pra vocês citando a pool referente ao selado de Theros que joguei no MOL:




Começando os passos indicados acima, primeiro ponto é separar as raras.

Na pool temos:

Hundred-Handed One, Boon Satyr, Steam Augury, Prophet of Kruphix, Temple of Deceit e Heliod, God of the Sun.

Olhando carta por carta, ainda não considerando cores, temos Hundred-Handed One, Boon Satyr  e Prophet of Kruphix que são criaturas muito fortes. O Steam Augury eu usaria se já estivesse nas cores dele, mas não é uma carta que me faz definir a escolha de um deck. O Temple of Deceit que eu vou acabar utilizando em qualquer deck que utilize uma das cores, pelo scry.

E chegamos finalmente o Heliod, God of the Sun, que é uma carta que parece e é muito forte por si só, mas é muito mal posicionada no formato, o que podemos analisar por partes:


1º - A habilidade de vigilância que ele da para as criaturas: Nesse formato cheio de tricks, bestow e criaturas com heroic, bloquear é muito ruim. As criaturas ficam muito grandes facilmente, então vigilância só se torna bom se você tem a maior criatura da mesa. 

2º - A habilidade de criar criaturas: Tem um custo muito alto e é extremamente lenta.  Em qualquer outra edição, ela seria muito forte no selado, mas em Theros é muito comum ter uma criatura 4/4 ou mais batendo no turno 4 ou 5.


3º - Alcançar cinco de devoção: Não é tão fácil, a pool precisa ser muito específica pra conseguir tirar proveito do Heliod. Isso acontece em quase todas as cores, todas elas tem poucas permanentes boas pra ativar o devotion, salvo preto e verde, como citado anteriormente. Montar um deck voltado para ativar um deus acaba mudando sua avaliação de algumas cartas, com isso você acaba trocando um pouco de consistência por poder.  Em casos muito específicos você consegue usar o deus no seu deck, mas não é o caso dessa pool.


Separar as playables e organizar por cor e por custo no MOL é mais tranquilo e fácil de visualizar (falhei em não tirar um print dessa etapa) e fazendo isso nessa pool eu tinha algumas opções de decks, das quais:


UW – Eu teria um grande número de playables pra jogar de UW, utilizaria 2 raras e teria assim um deck agressivo. Foi o primeiro deck que eu separei, mas eu vi que a qualidade das criaturas não era boa. Temos 3 drop 2 (Leonin Snarecaster e Traveling Phylosopher) no branco que são bons no draft, mas não são boas no selado.  O branco e o azul me dão um late game fraco, pois minhas curva de criaturas ia estar muito concentrada no 2. O deck seria mais azul, pela qualidade das cartas, então é meio trap usar o Heliod. É uma opção viável, mas não me agrada por essas razões.


BR- Teria um deck agressivo novamente. Na pool temos o Kragma Warcaller e 4 minotauros playbles. A curva desse deck me agradou mais que a do UW, eu teria drops bons nas curvas 2, 3 e 4 e ainda teria algum alcance no fim do jogo com Fanatic of Mogis e Gray Merchant. Essa é uma opção que considerei mais, até deixei ela como plano B caso eu enfrentasse algum deck com acesso a muitos removals de encantamento (minha build final sofreria pra isso). Meu problema com esse deck é abrir mão de cartas muito fortes que estavam na pool em outras cores.

Nimbus Naiad, Thassa’s Emissary, Boon Satyr e o Prophet of Kruphix me fizeram chegar a esta lista:



                                    

 UG Midrange

Essa foi a lista que eu joguei o campeonato, com essa lista eu conseguia unir 2 fatores que acho importantes para um deck selado, consistência e poder das cartas. Tenho um número legal de drops 2, que me ajudam a impor um clock em forma de Vaporkins, e acelerar o jogo. Voyaging Satyr é uma carta muito importante num formato onde o tempo é tão decisivo. O deck mostrou ter umas linhas de jogo interessantes, mãos com Vaporkin, um dos tritões heroic, algum trick já me levavam a um caminho bastante agressivo.  Ou mãos com Voyaging Satyr rampando, Fate Foretold me ajudando a não perder os land drops e chegar no ponto aonde o deck ficava mais forte, no midgame, onde eu consigo resolver cartas como Prophet e até mesmo castar bestow em minhas criaturas.

Qualquer um dos bestow em um Vaporkin impõe um clock muito rápido que precisa de resposta imediata por parte do oponente. Wavecrash Triton é um verdadeiro All-Star no arquétipo. A partir do momento que eu consigo encantar ele com qualquer bestow, além do grande tempo advantage, tenho uma criatura com um corpo considerável tanto ofensiva, quanto defensivamente.

As grandes estrelas do deck são o Prophet e o Boon Satyr. Bestow já é uma habilidade forte, com flash fica bem absurdo.



Eu pessoalmente não sou muito fã das cartas Savage Surge e Thassa’s Bounty, usei elas por consistência mesmo, não teria mais nenhuma carta que usaria no lugar delas nas cores, não acho que usar Benthic Giant é interessante, por já ter 2 Scholar na curva, o qual vale ressaltar que é muito bom com Prophet.

A Mnemonic Wall não tem alvos suficientes pra ser boa.  Eu gosto de Shredding Winds, mas por existir a possibilidade de ela ser morta em alguns jogos eu preferi não utilizá-la no main deck, mas é sempre bom contar com a mesma no sideboard (acabei não vendo nenhuma criatura fly o campeonato inteiro mesmo).  No fim o Savage Surge foi como o esperado, não foi bom quando veio, mas o Bounty subiu um pouco no meu conceito. Grande parte do sucesso dele nas partidas foi pelo fato de eu ter 2 aceleradores e o Prophet. No round 2, por exemplo, eu estava atrás no jogo, com a mão vazia e só o Prophet na mesa e 6 terrenos em jogo, na draw phase compro Bounty, faço, compro scholar e boon satyr, passo turno, resolvo Scholar e por ai consigo virar o jogo.
 

Sobre os matchs, não acho que tenho muito a acrescentar falando deles, no round 1 eu joguei contra um BW devotion, no game 1 eu ganhei muito rápido abrindo de Vaporkin turno 2 e Ordeal turno 3. No game 2 eu também consigo fazer um Vapokin no turno 2, tritão no 3, encantar e me colocar bem a frente no early game, dou uma floodada e ele consegue voltar pro jogo com Gray Merchant e Ashen Rider, até que resolvo o Prophet. Com bounty compro todos meus bichos bestow e ganho um match bem próximo.

No round 2 eu jogo contra outro B devotion, ganhei o game 1 com algum bicho batendo com nimbus naiad, não me recordo qual e g2 ele consegue curvar e fazer bicho no turno 2, 3 e 4 e eu não consigo acompanhar. E no game 3 depois de um jogo muito tenso eu consigo controlar o chão com Wavecrash Triton e vencer batendo com 2 Vaporkin.


No round 3, outro BW, dessa vez com splash verde pra Mistcutter Hydra. O game 1 foi um jogo bem tenso, até que ele consegue fazer 2 emissários (o branco e o preto) e encantar ambos com Hopeful Eidolon. Assim eu começo a ficar muito atrás na race e apesar de matar ambos eu não consigo voltar pro jogo. Game 2 no play eu mulligo, pra uma mão com 1 ilha, 2 Vaporkin, 1 Triton Fortune Hunter e 2 spells verdes, eu keepo por saber que o deck dele é muito for te e consigo comprar a segundo land no primeiro draw, e fazer 2 vaporkin, mas a race fica injusta após ele fazer Fabled Hero turno 3, grudando um Eidolon nele no turno  4 e encantando ele novamente com Chosen by heliod no turno 5. Batendo 5 double strike e lifelink eu não consigo voltar pro jogo. Final 2-1 no evento.

Eu fiquei feliz com o resultado final do deck, infelizmente não foi páreo pra build do cara na final, Hopeful Eidolon é realmente muito, mas muito bom mesmo.

E é isso pessoal, espero que dividir meus pensamentos de alguma forma ajude, sempre lembrando que conversar sobre o formato, discutir a avaliação das cartas com alguém, sempre é muito proveitoso, mesmo quando você acha que está certo, é bom debater pra levantar aquela dúvida dos seus conceitos e seus porquês.

Sugestões são muito bem vindas, tanto com relação ao formato do artigo, quanto com relação ao deck final! Se tiver interesse comente como você montaria com essa pool, novas ideias serão sem bem recebidas e com certeza debatidas.

E ai, qual deck você montaria?

Por enquanto é isso, valeu!

-Tiago Santos






3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O que você acha do UR nessa pool?
    Por que os drop 2 branco são melhor no draft do que no selado?

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  3. No UR eu vejo um deck parecido com o BR, só que sem a interação dos minotauros e do mesmo jeito eu acabo abrindo mão do Boon Satyr e do Prophet pra jogar com um aggro, meio inconsistente e com zero removals.

    No draft a curva de mana é bem mais importante. Os decks são melhores e isso se deve a curva, porque o jogador consegue direcionar os picks pros buracos que ele tem. Então é importante ter um número maior de drop 2, pois os jogos são bem mais "tempo". Outro ponto é o fato que no draft você consegue fazer aquelas builds de Boros 13/14 lands do Gerard Fabiano, no selado é muito difícil ter uma pool que consiga fechar um deck assim e nesse tipo de deck, os drop 2 como Phylosopher e Snarecaster ficam melhores.

    Tiago Santos

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